Penso
naqueles que ficaram pelo caminho. Quisera eu ser igual a tantos outros e
libertar-me daquilo que me toma por assalto. Mas não consigo ter essa
insensibilidade, superada pela mágoa que me enche o peito. Não podendo lutar por
aqueles que perdi por via da morte, tento fazê-lo pelos que perdi por outras
causas. São aqueles que se vão sem qualquer justificação, sem que consiga
perceber o que os infligiu. Os mesmos que continuam a sorrir noutros lugares, a
brindar na companhia de outros olhares.
“Nunca caminharás sozinha”, ouvi eu
tantas vezes. Custa mais, porque sei que estas palavras foram proferidas de
forma genuína. Tenho a certeza.
Pedi
desculpa por erros que não cometi, pois não podia sequer admitir a
possibilidade de vos ter magoado. Corri atrás, da única forma que me foi
possível, pois jamais me foi permitida uma aproximação.
Consegui
perceber que esta guerra não era minha. Foi nessa altura que me calei. Decidi
esperar que os dias de raiva ficassem para trás e que alguma clareza pudesse
iluminar a mente dos justos. Mas nada aconteceu… Apenas o vento trouxe algumas
palavras que não chegaram ao destino de forma clara e distinta. Palavras que
contrariam as acções, ou a ausência destas. Chorei onde outrora sorri…
Hoje,
possivelmente pela última vez, defendi aqueles que penso ainda valerem a pena.
Hoje, mais uma vez como tantas outras, levantei-me e falei. Incompreendida, mas
não resignada, fui alvo de palavras tristes de quem jamais terá a capacidade de
entender o essencial.
“O essencial é invisível aos olhos” e nem
todos conseguem aceder ao que lhes é invisível. Faltam-lhe as ferramentas
necessárias, a abertura de espírito. Também não os julgo, todos temos
limitações e não podemos ser todos iguais. Mas mesmo que para estes eu possa
ter sido uma pedra no sapato, que seja relembrada por dizer sempre o que penso.
Que eu me tenha destacado por ter tido sempre essa coragem.
E
agora, ao caminhar sozinha, sinto um vazio dentro de mim. Uma espécie de gosto
amargo e despido de sentido. Aquilo que tenho para partilhar, vai ficando pelo
caminho sem quem o suporte, vai se desfazendo como tantas outras coisas em que
deixei de acreditar.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarAo ler estes ultimos posts tive que te escrever...
ResponderEliminarConfesso que penso em ti mais vezes do que tu imaginas,não o sabes porque não to digo, mas já lá vamos...
A única maneira que tenho de matar saudades tuas e saciar a minha curiosidade é olhar para o frigorífico ou ler o teu blog, de cada vez que o faço, ambas as coisas, apetece-me ligar-te, perguntar-te "O que se passa? Quem te fez mal? Precisas de algo?", não o faço... Não é qualquer tipo de orgulho. Não o faço porque acho que não queres que o faça, porque os meus últimos convites (por sinal bem interessantes ;)) ficaram sem resposta, fosse ela por email, text, falada ou telepática... Não levei a mal. Tentei por uma vez ser racional e respeitar opções. Tu optas-te por te afastar...
Não te vou mentir, o teu silencio e afastamento repentino, doeu e ainda doí, gosto de ti, da tua companhia, das nossas conversas, das parvas e das menos parvas, sinto falta, gosto de pessoas, e tu és uma enorme pessoa, das maiores que encontrei, embora seja complicado abraçar-te por questões de incompatibilidade genética entre nós... Por gostar tanto de ti é da tua pessoa é que doeu e doí. Volta e meia alguém pergunta por ti, doí responder "Não sei...", doí muito. Tentei explicar-te isso, tentei que não te afastasses, a determinada altura decidi respeitar a tua opção, não foi desistir, foi respeito, faço um enorme esforço para não comunicar, para não te convidar para os meus programas parvos, seja de tostas e futebol, ou de cachorros suecos com tubarões... Para te contar as parvoíces que me acontecem no dia a dia. Não o faço, fico a espera... Na esperança que se não dizes nada, talvez seja um sinal que estas melhor agora do que quando te conheci.
Um dia disseste-me que acontece-se o que acontece-se ias ser sempre minha amiga, acreditei piamente nessas palavras, soaram diferente de outras pessoas que já as proferiram, e ainda acredito, não te vou procurar por banalidades, por respeito como te disse, mas se um dia precisar, vou-te bater a porta, mas já sabes como sou, detesto pedir ajuda, prefiro definhar sozinho... Da minha parte, como já te disse, eu continuo presente, e continuo tão pertinho, acredita que da minha parte nunca caminharas sozinha, basta quereres companhia, porque pelo que conheço de ti, se calhar não te apercebes, mas caminhas sozinha por opção...
Obrigada pelas tuas palavras. Sinceramente, acho que nunca percebi a importância que tive para ti. Mas agradeço que mo tenhas transmitido desta forma, do fundo do coração.
EliminarUm beijo doce e um abraço apertado,
JB