E é então que te digo que hoje estou um pouco angustiada. E tu vens e mais uma vez dizes que estás aqui para mim. E eu digo-te que dói partilhar o que sinto e que não quero passar isso para ti. E tu dizes que não faz mal, porque és forte e que aguentas mais do que a tua dor. E que suportas isso por que é meu, porque sou eu, porque é a minha dor. Tocas-me com as tuas palavras. Emociono-me, porque és muito parecido comigo na forma como sentes as coisas.
E é então que apareces devagar, com um ar exausto, mas com força suficiente para ainda me dar um abraço. Nada me exiges.
Tens os olhos mais meigos… E olho-te sem que te apercebas enquanto contas uma banalidade qualquer. Sinto que não estás bem. Embora me digas o contrário. Já nem sentes nada, porque vives já num estado de dormência. Habituaste-te a essa amargura.
E apetece-me envolver-te com os meus braços e ficar assim… para te proteger, para afastar a tua dor ainda que por breves momentos. Para que pelo menos não a sintas no momento em que estás ao meu lado. Para que sintas o conforto que procuras, para que possas descansar um pouco, respirar fundo e não pensar em mais nada. Para que te possas abandonar, porque sabes que aqui ninguém te faz mal.
Não o faço. Deixo-te ficar à distância de um toque, no respeito por mim, por ti e por outros. Para vingar as promessas que fizemos. E deixo-te ir, tão devagar quanto vieste, e fico aqui na esperança de te poder ver brevemente.
Especialmente tocante... Força!
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