Não entendo as pessoas que surgem, que mostram o seu melhor
lado, que dizem que estarão lá para mim, que o fazem genuinamente (quero
acreditar) e que depois saem sem bater a porta.
Vão-se embora assim, sem palavras, sem razões, sem
desculpas. Deixando a porta aberta atrás de si. Vão de mãos vazias sem qualquer
recordação. Sem uma explicação, um motivo, uma queixa que me faça entender o
sentido da sua ausência.
Indiferentes, seguem o seu caminho como se eu nunca tivesse
existido. Completamente invisível, inexistente, quase surreal. Não tenho
importância, nunca a ganhei, nem nunca foi esse o meu interesse. Pois a amizade
não é feita de interesses.
Abdicam livre e despreocupadamente, de uma forma tão
desapegada que nem uma palavra surge. Nenhum som fica sequer no esquecimento.
Vão, sem nunca dizer adeus, sem nunca bater a porta...
Como te entendo... Pois...
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