Ontem, ao adormecer, senti a solidão na palma da minha mão vazia.
A tua ausência estava mesmo ali. Queria sentir um entrelaçar de dedos, dar-te um beijo de boa noite e talvez adormecer no conforto do teu abraço.
Mas essa ausência, vincada no vazio do espaço ao meu lado, abria caminho para que eu pudesse ser mais eu. Dava cada vez mais lugar a pensamentos dispersos e cada vez mais difusos. Numa dança estranha, esses pensamentos brincaram às escondidas nos recantos da minha mente. Perderam-se e reencontraram-se de novo, lá... do outro lado dos sonhos.
Adormeci sem dar por isso. Devagar e tão imperceptivelmente que nem acordei o pesar da tua ausência do outro lado da minha cama.
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