Tento agir sempre da melhor forma e nunca me permito falhar. Habituei-me assim. Irrepreensível.
Ao fim do dia e quando só apetece um pouco de
sossego, surge uma discussão. Mais uma, igual a tantas outras. Deita-me ao
chão.
Procuro conforto. Sem retorno. Parece que os outros também se habituaram à minha falta de falhas. Por isso, repreendem ou condenam quando algo me corre menos bem.
Desisto de tentar ser sempre melhor. Páro um
pouco, porque sei que aqui posso ser eu. Aqui sozinha, escondida do mundo, na
minha casa, posso baixar as armas e despir a alma.
Utilizo este cantinho para fazer espelhar
aquilo que sinto. Pouco me importa se serei julgada. É o meu espaço, no meu
tempo. E aqui posso ser o que eu quiser. Então...
... choro. Sinto-me sozinha.
Sinto a tua falta. Sei que só tu terias as
palavras certas para mim neste momento. Trarias um copo com água e dirias para
eu respirar fundo três vezes. Ouvirias tudo aquilo que tinha para dizer.
Levavas por tabela e aguentavas com firmeza e paciência. Só tu me compreenderias.
Só tu, na tua forma tão única de ser. Mesmo que não concordasses comigo,
estarias ao meu lado. Fingias concordar, porque sabias que era exactamente isso
que eu precisaria naquele momento. Mesmo que mais tarde e com mais calma, me fizesses
ver as coisas de outra forma. Mas aqui e agora serias a minha melhor amiga.
Como aliás sempre foste. Mas não estás mais aqui. E custa tanto...
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