Relembro-te à distância de alguns anos, que são mais do que aqueles que estivemos juntos. Hoje hei-de te ver ou rever, mas não sei se vou sequer olhar para ti. Não sei se os meus olhos vão encontrar os teus. Esses olhos de um azul sem nome e imperceptíveis a quem não os sabe reconhecer.
Vou encontrar-te novamente e o meu coração vai disparar, as minhas mãos vão tremer e as palavras vão surgir com receio. Não serão as que julguei proferir todos estes anos, pois a ocasião assim o obriga. Não tem qualquer importância, porque há momentos em que nenhuma palavra é adequada e, por mais que precisemos de as ouvir, nunca parecem atenuar o que sentimos.
Permanecerei no silêncio e dar-te-ei um beijo na face. Apenas isso. Saberás que estive ali naquele momento, como em tantos outros. Tu seguiste a tua vida e eu segui a minha e o passado já lá vai, mas a história não se apaga.
Deixando para trás as lágrimas e o orgulho e não esquecendo os momentos em que sorrimos juntos, resta-nos a esperança em que talvez um dia possa surgir a reciprocidade de um olhar...
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