31 agosto, 2012

Once In A Blue Moon

Porque a R. disse que hoje vai haver uma Lua Azul no céu...




... aqui vai uma musiquinha com a participação dos meus queridos LadySmith :)

25 agosto, 2012

Como vou eu esquecer-te...

Como uma ilha... sozinha.
É assim que me sinto sem ti... neste dia em que faz 34 anos desde que me puseste no mundo. Sinto a tua falta como nunca. Um beijinho onde quer que estejas... e que hoje seja perto de mim.

22 agosto, 2012

The fog & the lies


... abro os olhos e não consigo ver nada. Está demasiado nevoeiro para que consiga vislumbrar o que quer que seja. Ouço vozes imperceptíveis que se repetem e sobrepõem sem qualquer sentido lógico. Não as consigo descodificar. Não sei se chegam até mim através de uma parede, se estão apenas longe, ou se os meus sentidos não estão aptos ao que me parecem ser idiomas disconexos.
Franzo a testa e tento olhar por entre este nevoeiro cerrado. Vejo algumas sombras disformes. Tudo me parece confuso e difuso. Parece um sonho, mas não é. Tenho a certeza. É a realidade.
Consigo olhar para as minhas mãos. Consigo perceber que estou ali fisicamente, mas não consigo ver mais nada para além disso. Não caminho. Permaneço imóvel no mesmo sítio, como que a tentar perceber o ambiente que me rodeia, os contornos do espaço e das coisas que nele se encontram. O ar é demasiado denso. Nem uma brisa corre, nada que faça dissipar este ar pesado e viciado. E os meus olhos não têm aptidão suficiente para me fazer mover confiantemente num lugar assim. Fico condicionada.
Decido avançar aos poucos, pé ante pé, e começo lentamente a vislumbrar pequenas coisas, pequenos indícios. Peças de um puzzle que ainda não montei. Mas nenhuma das partes parece encaixar na outra. Parece algo mal construído, cheio de pontas soltas.
Continuo a caminhar calmamente e vou guardando nas mãos partes do que vou encontrando, daquilo que vai chegando até mim. Coisas que não procuro, mas que vêm ao meu encontro. Até que, por fim, algumas dessas coisas me começam a parecer familiares. Começo a reconhecer certas palavras, expressões, momentos, imagens. Percebo então que este nevoeiro cerrado é composto de partículas minúsculas desses pedaços de coisas. Que se foram desfazendo ao longo do tempo e que agora tornam a minha visão turva.
Até que percebo que são tudo pedaços de mentiras. Difundem-se no ar. Toldam o pensamento dos demais. Não são as minhas mentiras. São as tuas. E as tuas. E as tuas.
Seu eu minto? Claro que sim. Todos mentimos. É inerente ao ser humano. Mas eu magoo com verdades, não com mentiras. E as mentiras têm diferentes pesos. As minhas esfumam-se no ar no momento imediato em que saem da minha boca. São irrelevantes. Estas, de que falo aqui, são tão pesadas que adensam o ar, tornando-o irrespirável.
Sei que a vida não é só feita de mentiras, mas este ambiente está tão cheio delas que se torna impossível ver mais além. Por melhor que seja uma pessoa, às vezes basta uma atitude má, para que tudo se transforme. Pior é quando essas atitudes se repetem infindavelmente. E assim se seguem os incontornáveis pedidos de desculpas. Como borrachas gigantes que já não sabem apagar o que ficou para trás, porque as desculpas não anulam o passado.
Faço mais um esforço. Ponho uns óculos especiais, uma espécie de visão nocturna. Assim, já consigo ter alguma noção de formas e cores. Consigo ver alguns sorrisos e deixo-me deslumbrar por isso. Até parece que está tudo bem, que tudo se dissipou e a minha visão volta a ser clara e distinta. Volto a sorrir também, volto a aproximar-me e volto esquecer-me desse passado que não é assim tão distante. Volto a acreditar que tudo é possível. Volto a confiar.  E, de repente, levo uma paulada na cabeça que nem sei de onde vem. E então...
... abro os olhos e não consigo ver nada. Está demasiado nevoeiro para que consiga vislumbrar o que quer que seja...


19 agosto, 2012

O outro lado da minha cama #2


Se eu pudesse suspendia o mundo durante cinco minutos. Precisamente... agora. Neste agora em que eu ainda estou deitada na minha cama, a lutar contra o dia que se adivinha igual a todos os outros.
Suspendia eu o tempo e voltava-me para o outro lado da cama, que agora se encontra vazio, e encontrar-te-ia ainda entregue ao mundo do sonhos. Sentiria o meu corpo morno contra o teu. Dar-te-ia um beijo na nuca e respirar-te-ia devagar. Até acordares docemente com um sorriso e me tomares nos teus braços. Assim, daquela forma sôfrega que só tu sabes fazer, como se fosse a última vez. Como se fosse sempre a última vez. Ficaríamos só assim, os dois, à parte do resto do mundo.
Cinco minutos de ilusão bastariam. Cinco minutos em que me sentiria novamente feliz e desejada. Cinco minutos que outrora tive tantas vezes
E agora, passados cinco minutos de pura ilusão, está na hora de me levantar e de enfrentar a crua realidade dos dias. Assim, abandonando o meu lado da cama que ficará como o teu, vazio como um amor esquecido no tempo.

14 agosto, 2012

Beautiful Rain #2






Sabe-me tão bem voltar a ouvir a chuva a cair...
Espelha o meu estado de espírito.
Na calma do meu refúgio, vejo a leve agitação das folhas verdes como quem quer beber as gotas de água tépida. As demais descolam-se e vão humedecendo a sede das coisas. 
Que paz de espírito... quase surreal.

13 agosto, 2012

Unknown Thought


Olho para as minhas mãos. Tenho os dedos todos riscados, qual criança que faz os seus primeiros desenhos.
Riscos pretos. Restos de palavras. Coisas que ficam por escrever. Laivos de tinta negra que marca a ponta dos meus dedos, sem sentido como os pensamentos que surgem devagar.
Sentimentos que fogem por não quererem ficar registados no papel, por não quererem surgir de forma precisa, palpável para não serem relembrados. Ficam apenas disformes cobrindo as impressões digitais. Sem identidade definida. Riscos pretos para me lembrar que, não querendo existir de uma forma real, nunca foram mera ilusão.


08 agosto, 2012

Dos que saem sem bater a porta


Não entendo as pessoas que surgem, que mostram o seu melhor lado, que dizem que estarão lá para mim, que o fazem genuinamente (quero acreditar) e que depois saem sem bater a porta.
Vão-se embora assim, sem palavras, sem razões, sem desculpas. Deixando a porta aberta atrás de si. Vão de mãos vazias sem qualquer recordação. Sem uma explicação, um motivo, uma queixa que me faça entender o sentido da sua ausência.
Indiferentes, seguem o seu caminho como se eu nunca tivesse existido. Completamente invisível, inexistente, quase surreal. Não tenho importância, nunca a ganhei, nem nunca foi esse o meu interesse. Pois a amizade não é feita de interesses.
Abdicam livre e despreocupadamente, de uma forma tão desapegada que nem uma palavra surge. Nenhum som fica sequer no esquecimento.
Vão, sem nunca dizer adeus, sem nunca bater a porta...

07 agosto, 2012

Lei da Compensação


Se para cada coisa boa que acontece, surge sempre outra má para nos lembrar que não podemos estar felizes durante muito tempo, porque é que o seu inverso não acontece? Porque é que o estado normal das coisas é sempre mau? Porque é que não pode ser o contrário?
Calculo que a minha felicidade e o bem estar que atingi nos últimos dias tenha irritado os deuses, que prontamente trataram de engendrar algo que me deitasse abaixo. Pois conseguiram. Uma série de maus sentimentos surgiram no meu peito. Outros tantos pensamentos negativos atravessaram a minha mente. Fiquei fisicamente indisposta. Mas não quero estar assim. Fico triste por estar triste. Decido que é preferível voltar aos sorrisos e à leveza de espírito.
Pois é, deuses maléficos. Empurraram-me, mas não me derrubaram. E se tentarem de novo, até posso cair, mas tornarei a levantar-me.
Por mais escassos e curtos que sejam os momentos bons, eu dou-lhes o devido valor e agarro-me a isso com unhas e dentes. São eles que me injectam a energia necessária, que me fortalecem. São eles que ocupam aquilo que me compõe e que não deixam espaço para o que não quero para mim.
Hoje, venceu o bem! J