11 julho, 2012

Dark skies & shining stars


Naquela noite, decidimos ir ver as estrelas. Disseste que havia um sítio especial onde as costumavas ir ver sozinho quando eras mais novo. Querias partilhá-lo comigo.
Descemos a ladeira quase às escuras, levando nos braços uma manta, porque os dias no Alentejo são quentes, mas as noites são frias e com uma cacimba que se entranha na pele.
Sentámo-nos no banco de cimento, muito juntinhos um ao outro e com a manta à volta de ambos os corpos. À nossa frente, um céu imenso, muito negro com um manto monumental de estrelas de diferentes brilhos e tamanhos. O mar revoltava-se, estendendo-se sobre as rochas fazendo um som inconfundível. A luz que se esfumava já muito para lá da linha do horizonte, aquecia todo aquele cenário onde apenas se viam alguns barquinhos ao longe. A falésia à nossa frente guardava agora os nossos segredos, enquanto contemplávamos as estrelas cadentes que rasgavam o céu...
Agora e há distância de alguns anos, volto ali para ver as estrelas sozinha e relembrar a perfeição daquele momento. Sei que também o fazes quando ali voltas nos teus verões e nos teus invernos. Imagino-te, com o olhar pensativo, a puxar de um cigarro e a contemplar tudo aquilo sozinho. Naquela paisagem que é tão grandiosa e o quão pequeno te sentes ao olhar para o banco e ao ver que o lugar vazio ao teu lado permanece frio, ausente de mim. Pensas apenas: “... será que algum dia voltaremos a ver as estrelas juntos?”


É nas noites em que o céu está mais negro, que verás as estrelas mais brilhantes.