25 junho, 2012

Lusco Fusco

Cheguei a casa numa tarde quase noite. O relógio ditava a noite, mas a luz era de final de tarde. Aquele lusco fusco, que não me deixa ver bem e que é uma parte do dia de que não gosto particularmente, desta vez deixou um agradável sabor. As andorinhas voavam e piavam desalmadamente fazendo razias a tudo o que encontravam pelo caminho. A cor morna dos últimos raios de sol pintava as fachadas dos prédios. Os candeeiros de rua acendiam-se devagar. Não se via vivalma. Nem carros arrastando-se pelo asfalto. Nada. Parecia um cenário de um filme. Havia apenas um silêncio estranhamente confortável. Até abrandei o passo. Parecia algo entre o real e o onírico.
A vontade em ir para casa não era nenhuma e pensei em alterar a trajectória e ir até ao jardim. Mas a luz começava a escassear e decidi adiar este desejo. Sorri e continuei a caminhar sentindo o vento quente ainda a queimar o rubor das faces. 

Sem comentários:

Enviar um comentário