05 junho, 2012

dos sonhos


Ao percorrer esta estrada, cheia de curvas estreitas, vou perdendo um pouco de mim. Vou deixando escapar por entre os dedos os sonhos que em mim habitaram. Ficaram lá no passado, perdidos entre ilusões que já não consigo vislumbrar. Tão disformes que já nem me consigo lembrar de que matéria são feitos. Vão perdendo a força que tinham outrora, dando lugar a cruas realidades que nunca desejei. Visões amargas que compõem o caminho, mas que não quero guardar para mim. Dizem que fazem parte da pessoa em que eu me vou tornar. Fazem parte de um todo que sou eu. Mas eu não quero ser esse todo. Prefiro ser um nada aberto a um mundo cheio de possibilidades em que os pesadelos são postos de lado.


  
“Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Álvaro de Campos

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