30 novembro, 2011

Garlic nan & a smile

Hoje não me apetecia ficar em casa.
Passei o dia à espera da confirmação de um jantar com mensagens infrutíferas. Não queria entregar-me ao conforto do sofá como os habituais programas de tv como companhia.
Apesar do esforço, anunciava-se um serão igual a tantos outros. Porque, embora amanhã seja feriado, para mim é dia de trabalho.
Eis que me ligas e surge o convite inesperado. Olá! O que vais fazer? Nada. Vamos jantar? Vamos.
Sugeri o indiano perto da minha casa. Concordaste de imediato. Natural. Simples.
Não te via há mais de 6 meses, mas é como se tivesse estado contigo ainda ontem. Porque entre amigos é mesmo assim.
Falámos sobre ti. Sobre mim. Sobre viagens, literatura. Sobre outras culturas. Relembrámos coisas antigas e sorrimos em simultâneo.
Obrigada pela companhia e pelo jantar. Obrigada por estares aí da mesma forma. E essencialmente obrigada por seres meu amigo, desse teu jeito tão genuíno. Já me deste força em momentos tão difíceis… jamais irei esquecer.

O abraço final e o elogio que o acompanhou…

Resta-me desejar-te boa viagem ao encontro da Yoko e que Paris seja o início de uma bonita história.
Cá te espero, na alma de Lisboa. Com o mesmo sorriso…



12 novembro, 2011

Jardim da Paz

Este é o sítio onde gostava de voltar. Para sentir de novo a paz que me proporcionou. Sentir-me leve de novo e respirar fundo como o fiz lá no passado. Um passado recente.
Caminhei entre os budas e as estatuetas de pedra. Sorri e amei. Genuinamente.
Hoje, as figuras de terracota desfazem-se por entre os dedos. Os sentimentos que se diziam tão fortes são levados na brisa por entre as oliveiras dispersas... E no centro do lago, onde outrora surgiram juras de amor, as promessas afundam-se e os sorrisos amargam. E os abraços esquecidos lá longe, continuam onde foram deixados... quais estátuas petrificadas. Não consigo recuperar a doçura do olhar, pois nem o sal surge para eu desfazer.
Queria acreditar nalguma coisa, numa réstia de emoção. Mas a ilusão caiu e nada mais fará voltar o que afinal nunca existiu.
Resta-me abrir os olhos e acreditar no que é real e possível e não no ilusório, e não naquilo que eu desejei ter sido. E resta-me recuperar a paz perdida. Aquela que tinha antes das ilusões. A que construí sozinha, a olhar para dentro de mim, reconhecendo-me. Por mim, para mim. Agora e para sempre... em paz.



10 novembro, 2011

Aqui...

E é então que te digo que hoje estou um pouco angustiada. E tu vens e mais uma vez dizes que estás aqui para mim. E eu digo-te que dói partilhar o que sinto e que não quero passar isso para ti. E tu dizes que não faz mal, porque és forte e que aguentas mais do que a tua dor. E que suportas isso por que é meu, porque sou eu, porque é a minha dor. Tocas-me com as tuas palavras. Emociono-me, porque és muito parecido comigo na forma como sentes as coisas.
E é então que apareces devagar, com um ar exausto, mas com força suficiente para ainda me dar um abraço. Nada me exiges.
Tens os olhos mais meigos… E olho-te sem que te apercebas enquanto contas uma banalidade qualquer. Sinto que não estás bem. Embora me digas o contrário. Já nem sentes nada, porque vives já num estado de dormência. Habituaste-te a essa amargura.
E apetece-me envolver-te com os meus braços e ficar assim… para te proteger, para afastar a tua dor ainda que por breves momentos. Para que pelo menos não a sintas no momento em que estás ao meu lado. Para que sintas o conforto que procuras, para que possas descansar um pouco, respirar fundo e não pensar em mais nada. Para que te possas abandonar, porque sabes que aqui ninguém te faz mal.
Não o faço. Deixo-te ficar à distância de um toque, no respeito por mim, por ti e por outros. Para vingar as promessas que fizemos. E deixo-te ir, tão devagar quanto vieste, e fico aqui na esperança de te poder ver brevemente.