19 abril, 2011

A Janela do 8itavo Andar




Entrei devagarinho. A casa estava morna apesar da chuva lá fora. Uma tempestade de relâmpagos rasgava o céu.
Bebemos vinho até a palavras surgirem sem receio e até a proximidade dos corpos ser mais evidente. Mãos quentes, olhares que se cruzam e a constante negação de tudo aquilo.
Levantei-me e abri a janela para contemplar a noite ilustrada de luzes e com um cheiro intenso a chuva. Encostei-me ao parapeito e, sem aviso, tu encostaste-te a mim e falaste com jeito de menino.
A trovoada lá fora não cessava. Os teus gestos pediam algo mais, mas estancavam no receio de uma reacção indesejada. Pretendias que entrasse no teu mundo, mas isso não aconteceu. Restou uma confusão de sentimentos sem nome e de pensamentos sem sentido. E uma sensação agradavelmente inexplicável.
E agora que não chove lá fora, surge a melodia que transporta o que nego sentir – “be my shelter and I will be your storm”…




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