06 abril, 2011

Encontro Oblíquo

Não se vê uma nuvem no céu. Máxima prevista de 27 graus.
Ainda há apenas dois dias estava frio e chuva. Mesmo assim e por me encontrar no meu tão bem amado Alentejo, saí lá para fora logo pela manhã, entrei para o carro e dirigi-me para a praia. Nem que fosse apenas para ver o mar.
Quando desliguei o motor já a chuva tinha parado de cair. Abri a janela e fiquei a ouvir o marulhar revolto e algumas gaivotas. Ao longe, avistava-se apenas um pescador solitário. Caminhei até à areia molhada e percorri as rochas cobertas de poças e limos. Respirei fundo, mas não me consegui libertar da agitação da cidade que trago dentro de mim.
No caminho de regresso, o sol já vinha espreitando, anunciando uma tarde calma e aprazível. E assim se confirmou, após um almoço murado de peixe grelhado à beira mar.
As pessoas passeavam lentamente, pisando a fronteira entre a água e a terra e esboçavam sorrisos despreocupados. Algumas nuvens ilustravam o céu, mas o sol reflectido na superfície dessa mesma água, espelhava a sede de um dia melhor. O mar mostrava-se calmo e, devido ao encontro com a foz do rio, a rebentação era oblíqua como a chuva que caiu teimosamente naquela manhã…

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